130. Lamas Caledonia 3!!!

Whisky de malte e brasileiro!!!

Mais um whisky fruto da produtiva parceria entre a destilaria mineira Lamas e o espaço conceito Caledonia, de São Paulo, de propriedade de Guilherme e Mauricio (criadores também do Blog “O cão engarrafado”).

Falamos dos whiskies Caledonia 1 e o 2 nesse link (aqui).

Em nossa visita à loja oficial da Destilaria Lamas (Ambix), no Mercado Central de Belo Horizonte, tivemos o prazer de degustar uma dose do whisky deste review.  Foi um primeiro contato muito satisfatório. 

Em seguida, na incrível visita à destilaria, fomos presenteados com uma miniatura (que também ilustra nossa análise).

Podemos afirmar, sem medo de errar, que diferentemente do Lamas Caledonia 2, que é uma continuação (é o Caledonia 1, mais envelhecido, com uma pequena diferenciação na fórmula); o Caledonia 3 é ruptura, uma fórmula diferente, mas claro, sem perder a essência.

O “vinho licoroso” em questão é definitivamente vinho do Porto!  Mas por questões de não se poder comprovar a procedência, visto que são adquiridos de cooperativas de distribuição de barris, dá-se o nome genérico de “vinho licoroso”, que todo vinho do Porto realmente é!

Os dois Caledonias anteriores, possuíam em suas fórmulas, 75% do whisky “Nimbus”, finalizado em barril de carvalho europeu ex vinho licoroso; com 25% do whisky Lamas “Verus” (que já é, pela sua formulação, finalizado em barris ex vinho licoroso).

A “ruptura” acima mencionada, nada mais é do que a inversão na fórmula e uma pequena mudança na proporção.

No Caledonia 3, temos 80% do whisky “Verus” e, agora, 20% do whisky “Nimbus”.  Este, já famoso pela defumação da cevada maltada com fumaça de madeira de Eucalipto (na verdade, serragem de madeira de Eucalipto).  Agora não mais o personagem principal, só um tempero, deixando o whisky com notas vínicas e de especiarias mais acentuadas!

Essa rica mistura é então recolocada em barris de carvalho europeu que antes contiveram “vinho licoroso”(sim, toda a mistura), por 18 meses!  Que fez o destilado ter um caráter muito intensificado nas sensações vínicas!

Um whisky sem filtragem gelada, sem acréscimo de corante para padronização e como seus antecessores, engarrafado à generosos 50% de teor alcoólico.

Em nossa análise podemos notar uma cor acobreada escura e brilhante.

Lágrimas bem finas escorrem rapidamente pela taça, permanecendo coroa oleosa por todo bojo, que escorre aos poucos e vagarosamente.

Aromas ricos e intensos.  Herbais, florais, frutados e amadeirados.  Alecrim, frutas tropicais como manga e pêssego e baunilha.  Existe ainda um cítrico que lembra laranja madura e o defumado único da Lamas ainda é bem presente no nariz.

Apesar dos 50% ABV a sensação alcoólica é discreta.

Na boca é bastante frutado!  Frutas vermelhas como cereja e ameixa.  Apimentado e bastante condimentado, com ênfase na canela, chá verde e gengibre.  Uma boa dose de baunilha e amadeirado.

Final longo.  Gengibre amadeirado e enfumaçado cítrico.  Um pouco adstringente.  O enfumaçado do Nimbus é marcante no retrogosto! 

Com a taça esvaziada, muito perfumada, frutado cítrico, amadeirado e enfumaçado.

Um whisky que se diferencia um pouco de seus dois antecessores sem perder sua identidade.

Estiloso!!!

É complexo!  Não é um whisky para iniciantes!

A proporção diferenciada da fórmula não escondeu o DNA Lamas/Caledonia, pelo contrário, elevou o patamar a novas sensações.

(Sim, nós roubamos a foto do Blog “O cão engarrafado”)!!!

Saúde!

2 comentários

    • Bill em 13 de março de 2022 às 12:15
    • Responder

    Parabéns pelo review, Thiago.
    Só uma dúvida: tanto a Lamas quanto o Maurício Porto em seu blog anuncia que as proporções são de 80% de malte normal (Plenus) e 20% defumado (Nimbus), para depois passar 18 meses no barril ex-vinho licoroso.

    Legal confirmar pra não conflitar essas informações.

    Abraço!

    1. Oi, Bill. Realmente houve uma confusão.
      Post atualizado de acordo com as informações da destilaria. Obrigado, amigo.

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