– Alexandre Campos – O rosto por trás da “Single Malt Brasil”!!!

Cultura e aprendizagem.

Quando você se aventura por um campo de conhecimento totalmente desconhecido, você busca ícones que te dizem a direção para onde seguir e assim conseguir satisfazer sua curiosidade, dar o norte, naquilo que você procura.

Nos anos idos do começo da década de 2010, haviam poucos canais de informação sobre whisky no Brasil. 

Eis que em (março de 2012), surge um site divulgando a cultura do whisky no Brasil, e em junho de 2012 um e-commerce focado em whisky (que hoje importa rótulos exclusivos de scotch para satisfazer a crescente demanda por whisky de qualidade em terras tupiniquins): Surge a Single Malt Brasil!

De lá pra cá muita coisa mudou!  Mas não a vontade de transmitir conteúdo para aficionados pela “água da vida”!  Seja em degustações guiadas, artigos produzidos, palestras ou eventos.

Por trás da marca “Single Malt Brasil”, um rosto se destaca:  Alexandre Campos. 

Estudioso, colecionador e grande divulgador da cultura do whisky em nosso país.

1- Alexandre, é uma honra tê-lo em nosso site!  Hoje o aluno conversa com um de seus professores.  Posso dizer que me considero um influenciador digital de 2ª geração no mundo do whisky.  Antes de mim, pessoas desbravaram a internet brasileira e começaram a divulgar a cultura do whisky.  Uma dessas pessoas, é você com a “Single Malt Brasil”.  Mais do que uma loja, a “SMB” é um portal de conteúdo sobre whisky. Lá é possível ler muitos artigos de sua autoria e também de alguns parceiros.  Diga-nos, como essa ideia surgiu?  Aproveitando a pergunta, Alexandre Campos por Alexandre Campos, como é sua história com o whisky?

Bom, eu morei no Reino Unido de 2005 a 2013.  E o embrião da Single Malt Brasil, surge em setembro de 2010, numa conversa com um amigo de infância, sobre a ideia de disponibilizar no Brasil, rótulos de whiskies que não estavam por aqui na época.

Esse amigo de infância é hoje meu sócio, Marcus Vinicius, e estamos mais focados na parte estratégica da empresa.

Morando na Inglaterra, tive à disposição diversos tipos de whiskies, de várias partes do mundo, principalmente a scotch whisky. Sendo a Escócia o maior produtor de whisky do mundo. Nessa época eu já estava colecionando whisky, participando de eventos, degustações, cursos… 

Comecei a visitar destilarias e a cada ano que passava, eu me inseria cada vez mais na cultura do whisky.  Então, a ideia surge como uma importadora de whisky, lá em 2010, mas ao longo da maturação do projeto que leva mais ou menos um ano e meio até o lançamento de um site educacional, em março de 2012, nós estudamos muito, fizemos análises do mercado brasileiro, conversamos com muita gente, e então o projeto muda!  Nosso business plan sai de uma importadora para uma operação de varejo.

A gente acreditava que o primeiro passo deveria ser ver se existia mercado, disponibilizando os whiskies já disponíveis no mercado interno e fazendo cursos, eventos, degustações.  Começando a criar uma cultura de whisky que não existia no Brasil na época.

Minha história com o whisky é uma história de 25 anos, mais ou menos.  Parecida também com minha história com charutos. Eu comecei harmonizando charutos e destilados.  Só que meu conhecimento na época sobre whisky e destilados era básico.  Imaturo ainda.  Estamos falando de 25, 26 anos atrás.

Mas com minha ida para o Reino Unido, em 2005, um novo horizonte se abriu.

Comecei a ter mais intimidade com whisky.  Passei a colecionar.  Comecei a visitar destilarias.  Mais ou menos a cada dois meses eu partia para a Escócia e lá eu conheci muitas destilarias.  Mais que isso, eu passei a conversar com muitas pessoas nas destilarias.

Eu visitei a Macallan mais de 10 vezes! As pessoas já me conheciam pelo nome. Em apenas um ano, 2009, eu fui lá 5 vezes!

Morei em Manchester entre 2005 até 2007 e depois Londres, de 2007 a 2013.

Nesse meu tempo no Reino Unido, a cada ano eu respirava mais whisky.

Importar whisky para o Brasil não é algo fácil.  Existe uma burocracia pesada.  Exigências de documentação, exigências de análises químicas bastante rigorosas! Mas a cada ano que passa, a Single Malt Brasil avança um pouco mais e consolida ainda mais o trabalho, possibilitando a inserção de novos rótulos no mercado brasileiro.

A ideia original era ser uma importadora.  Em 2015 nós conseguimos resgatar essa ideia original!

De 2012 a 2015, a SMB trabalha como varejista e final de 2015 em diante, a gente volta a pensar sobre importação de whisky.  Sentimos a necessidade de ter uma maior diversificação de produtos no mercado brasileiro.

2- A “Single Malt Brasil” é reconhecida por trazer whiskies, por importação própria, de destilarias não pertencentes a grandes conglomerados comerciais.  Isso é um diferencial.  Paixão ou estratégia?

–  Esse trabalho de importação que a Single Malt Brasil desenvolve é acima de tudo paixão!  Porque se nós não fôssemos apaixonado por vivenciar essa cultura do whisky, a gente não teria incentivo pra vencer a burocracia brasileira.  Nós temos o entusiasmo necessário para vencer as barreiras que se apresentam.

A vertente de importação da SMB é trabalhar com destilarias médias e pequenas.  Destilarias que não teriam condições de acessar o mercado brasileiro se não fosse pelo nosso trabalho. E são empresas parecidas com a Single Malt Brasil. Uma empresa de porte médio.

E claro, os whiskies das grandes empresas nós também comercializamos.  Mas entendemos que a função das próprias empresas maiores é trazer seus whiskies para o Brasil.  Obviamente, conversamos com essas grandes empresas no sentido de trabalharmos em conjunto. Uma parceria.

A primeira destilaria que a gente importou para nosso mercado é a Arran. Porque é uma destilaria de porte médio.  Produz maltes sem filtragem, com coloração natural e alto ABV. Coisas que a gente acredita como diferencial no mundo do whisky. 

Esse tripé que eu acho interessante. Whiskies com menos diluição, coloração que vem direto do barril e sem a filtragem a frio, que tira alguns compostos.  É um tema polêmico. A gente acredita que ela tira alguns compostos que dão densidade, oleosidade ao whisky. Até mesmo aromas e sabores.

O trabalho com a Arran tem sido interessante.  Eles possuem um portfólio grande. Comparado a destilarias de maior porte.  Apesar de ser uma destilaria boutique, ela consegue oferecer várias versões de whiskies e é o que queremos fazer no Brasil:  oferecer várias versões de whisky no nosso mercado!  Queremos dar possibilidade ao apreciador de whisky, escolher o que ele mais gosta.  De ter opções para esses consumidores, apaixonados por whisky, de terem acesso a uma gama maior de produtos.

A Destilaria Arran acreditou em nosso projeto de importação.  Conseguimos trazer para o Brasil, o primeiro Cask Strength!  O Arran Machrie Moor. O primeiro whisky retirado direto do barril para o Brasil nós trouxemos.   Antes dela não tínhamos importado nenhum whisky.  Ela nos deu suporte em termos de documentação e análises químicas dos whiskies. Tivemos todo suporte da Arran para reavivar esse projeto de importação que era o projeto originário da Single Malt Brasil.

Avançando nas importações, trouxemos whiskies da Compass Box, uma engarrafadora independente muito conceituada; e das destilarias Loch Lomond e Glen Scotia.

­­­­­­­­­­­3- Como está o Brasil hoje, no cenário consumidor mundial de whisky?  O brasileiro amadureceu como consumidor?

Acho que nosso mercado avançou bastante nos últimos dez anos. E é o tempo que existimos como empresa.  Somos testemunhas vivas da história.  Hoje temos uma maior oferta de tanto de blendeds quanto single malts, até mesmo algumas edições especiais chegam ao Brasil.  Essa evolução é bastante positiva!

 Obviamente, devemos colocar em perspectiva algumas coisas, alguns entraves para o desenvolvimento maior do nosso mercado.

A primeira dificuldade é a alta carga tributária.  Temos uma das maiores cargas tributárias para bebidas alcoólicas do mundo! Numa garrafa de whisky, até 60% de seu preço são tributos (!!!).  Enquanto nos Estados Unidos, essa proporção não chega a 10%. 

Não acredito que teremos algum avanço a curto prazo.  Se não houver aumento dos impostos nos próximos anos, já estarei feliz nessa década atual.  Porque se for para apostar, apostaria num aumento de tributação para bebidas alcoólicas, principalmente bebidas quentes, onde se enquadra a categoria de whisky. 

O outro entrave é a renda per capta do brasileiro, que é baixa em comparação a países desenvolvidos.  Até mesmo comparada com nossos vizinhos argentinos (!!!).  Na Argentina, apesar de vinte anos de crise, a renda per capta por lá ainda é maior do que a do brasileiro. 

Isso é um entrave. A renda disponível.  A capacidade que as pessoas tem de ter recursos disponíveis para comprar bebidas e até outros produtos considerados artigos de luxo.

Apesar de termos um mercado consumidor grande, uma população de aproximadamente 210 milhões de pessoas, as pessoas que possuem capacidade de consumo, para este tipo de produto, é baixa no Brasil.  Reflexo da nossa renda per capta.

4- Sabemos que nossas Leis sobre importação e respectiva tributação sobre bebidas não são nada simpáticas a quem, como você, tem iniciativa.  Como é a vida de um empreendedor no Brasil?

A vida de empreendedor não é nada fácil no Brasil.  O setor de bebidas é bastante regulado. No mundo inteiro.  É onde os governos fazem arrecadação elevada. O Governo tem um olhar muito criterioso, o que torna a burocracia mais pesada. 

Digo isso porque importamos também os produtos da Glencairn, taças, vidros, cristais.  E é bem mais simples toda a dinâmica de importação.

Falei que a vida de um empreendedor no Brasil não é fácil e baseio essa informação, além de minha experiência particular, também em pesquisas acadêmicas e em entidades que monitoram o ambiente de negócios.

Se pegarmos por exemplo, uma publicação do Banco Mundial, um relatório chamado “Doing Business Report”, que basicamente mensura o quão é eficiente e competitiva a economia dos países.  E o ambiente de negócios desses países.  Se pegarmos o caso específico do Brasil, a gente vê que estamos muito mal posicionados nesses rankings que o Banco Mundial publica.  Ambiente de negócios, aspectos logísticos, facilidade de lidar com o Governo, questões tributárias…  Em tudo o Brasil está mal posicionado!

Pense num ambiente de aproximadamente 200 países, estamos sempre na faixa de 130º, 140º, infelizmente.

O sonho de qualquer empreendedor é realizar coisas.  Em qualquer lugar do mundo isso não é fácil.  Mas no Brasil é ainda mais difícil!

5- Perspectivas e planos para o futuro?  Podemos esperar maltes de novas destilarias em nosso mercado?

Eu já realizei alguns sonhos em relação ao mundo do whisky. Mas precisaria de umas três, quatro vidas para realizar tudo que sonho, tudo que projeto em relação ao mercado de whisky no Brasil.

Dito isso, as pessoas podem esperar mais novidades. A gente nunca para! E, apesar de todas as dificuldades, a gente tem um olhar pra frente e uma característica de não apenas sonhar, mas de colocar o sonho em prática, sempre que possível. Alguns sonhos demoram mais que outros.

Vamos trazer para o Brasil novos produtos, de novas destilarias, mais versões, mais novidades e mais projetos.

De imediato, estamos fechando uma nova importação de whiskies da Arran. Com novidades! A gente escuta o cliente e busca atender o consumidor.

6- Vivemos uma época de facilidades digitais.  Uma verdadeira multiplicação de influenciadores no mundo do whisky.  Como você vê essa explosão?

Eu vejo com bastante entusiasmo, com bastante otimismo, de uma forma bem positiva esse novo mundo digital. Esse mundo das mídias sociais.

Nossa empresa há até pouco tempo era basicamente digital. Assim surgimos há 12 anos atrás, já com essa mentalidade de ser uma empresa olhando para uma nova dinâmica. 

Com esse novo ambiente de pandemia, esse “novo normal”, tivemos pouquíssimas adaptações em nossa forma de trabalhar.

Desde o começo já tínhamos a perspectiva de sermos uma empresa digital.

E é interessante essa democratização que a gente vê no mundo digital, nas mídias sociais, da disseminação de conhecimento e da criação de conteúdo. Faço um paralelo com música. Sou um entusiasta de música também.  Descubro músicos, cantores e cantoras através das mídias sociais que eu não conheceria há anos atrás. Hoje um músico tem um maior alcance de público.  Não está mais vinculado à gravadoras. Ele pode fazer um vídeo, disponibilizar no Youtube e virar um fenômeno! Isso é bacana!

Essa democratização de geração de conteúdo, de informação, que inclusive é um contraponto às chamadas mídias tradicionais, é positiva.  

Obviamente, por essa facilidade, a gente vê conteúdo de má qualidade sendo feito em todos os segmentos. No mundo do whisky não é diferente.

Mas daí cabe ao público fazer suas próprias críticas e avaliações. Decidir o que quer escutar e seguir. O que quer assistir. Acho que o público consumidor vai fazendo essa triagem pouco a pouco.

A criação de qualquer conteúdo é fácil, mas o conteúdo de qualidade, informativo, não. Não é trivial.

Mas de uma maneira geral, vejo de forma bem positiva o que estamos vivenciando nesse mundo moderno.

7- Você segue uma linha clássica quando o assunto é degustação.  Técnico. Sem “mesuras” ou exageros.  Linha essa que admiro e tento seguir.  Noto que existe hoje um certo “relativismo sensorial”, em que existe o “eu sinto o que sinto”, saindo da boa técnica e adentrando num certo grau de invencionismo ou fantasia.  Numa busca rápida na internet, encontramos reviews de whiskies em que o “especialista” consegue achar 15 notas aromáticas e 18 notas no paladar (!!!), num whisky “Nas”, de entrada;  acham notas de cimento;  acham notas de vômito;  turfa em whiskies que não são secados com tal material;  Ou ainda aqueles que conseguem identificar a exclusão ou mudança de um malte num blended whisky que usa mais de 30 whiskies diferentes em sua fórmula…  Incrível, né?!?!

A pergunta é:   

Existem limites na degustação e avaliação de whisky?

Como comentei anteriormente, é bastante positivo esse “Boom” que a gente está assistindo de criadores de conteúdo digital no mundo do whisky. 

Isso é uma coisa que a gente previu há dez anos atrás.  Por que a gente previu?

Porque vimos isso acontecer em outros mercados.  Nós acompanhamos bem de perto as tendências do mundo do whisky à nível mundial.

Esse movimento que estamos assistindo aqui no Brasil é um movimento que os Estados Unidos já haviam passado há uns oito anos atrás, bem como no Reino Unido.  Blogueiros, Youtubers e mais recentemente os influenciadores digitais no Instagram.

É algo positivo, eu comentei, mas tem a questão dos conteúdos de má qualidade.

E a questão de superficialidade. Eu acho que o brasileiro tinha que estudar um pouco mais. Falar menos senso comum e mais coisas embasadas. O brasileiro é um povo bastante audacioso em falar sobre o que não entende ou falar sobre o que entende de forma superficial.

Acho que existem limitações, sim, para a questão de degustações. 

As pesquisas acadêmicas já mostraram que em teste às cegas, sommeliers profissionais, experts, só conseguem identificar características mais básicas nas bebidas.  E existe um certo exagero sobre a capacidade sensorial de profissionais do universo das bebidas.

Existem características marcantes nas bebidas, que são na verdade, compostos químicos que estão na estrutura molecular das bebidas ou das madeiras em que são envelhecidas.

Sobre essas coisas, é importante para os profissionais da área decifrarem essas características particulares para o público consumidor.

Um barril de carvalho americano, por exemplo, tem duas moléculas, a Vanilina e o Cinamaldeído, que vão dar características de baunilha e canela para os destilados envelhecidos nesse tipo de carvalho. 

Você tem também os whiskies turfados ou defumados, que usam a fumaça de turfa para secar a cevada maltada. Esses whiskies terão características de alcatrão, de carvão, de carne seca, couro, etc.

Tudo isso são moléculas, são compostos químicos e fenóis que vêm do processo de produção.

E é decepcionante quando você alguns materiais que não conseguem traduzir essas características sensoriais mais básicas e ficam fantasiando sobre notas aromáticas que a gente sabe que não fazem parte de um determinado whisky. Ou até podem estar presentes naquele whisky, mas em baixíssimas concentrações. Impossível notar. 

Existe muita fantasia. Muito exagero. E muito dessa fantasia é uma tentativa de tornar a bebida uma linguagem meio hermética. Quando a pessoa sente aromas de rosas plantadas na margem direita do rio Nilo… Quantas pessoas puderam sentir esse tal perfume? Não sei nem se tem rosas plantadas na margem do rio Nilo.  É um exemplo.  Alguns geradores de conteúdo criam esse tipo de fantasia para se diferenciar da multidão! Uma linguagem fantasiosa fechada, que exclui outras pessoas. E essa fantasia acaba criando uma áurea de que essa pessoa tem uma capacidade sensorial mais apurada, mais trabalhada, quando na verdade a gente nem sabe se a pessoa está de fato sentindo o que está descrevendo.

Será que as descrições que estão sendo feitas correspondem à realidade? Talvez correspondam, talvez não. Ou a própria pessoa está sendo enganada, em sua análise, por uma questão conjuntural?  Por exemplo, se eu como uva e quinze minutos depois vou provar um whisky é bem provável que notas de uva se sobressaiam nesse whisky.  Meu sensorial estará afetado por aquela experiência anterior.

Nós temos que ter um senso crítico e cabe a cada um analisar o que é conteúdo de qualidade e o que não é.

Ao mesmo tempo que esse mundo digital proporcionou um monte de coisas boas e interessantes, tem o lado que muitos criadores de conteúdo querem ditar o que as pessoas devem fazer! Querem ditar regras que não fazem sentido. Soam até como autoritários em muitos casos.  Querem dizer especificamente, não só o que é bom e o que é ruim para si próprio, mas sim o que é bom ou ruim para as outras pessoas. Impor seus gostos pessoais a outras pessoas. É uma questão complicada!

8- Que conselhos daria para quem quer ingressar no maravilhoso mundo do whisky como um degustador consciente e/ou como um influenciador honesto?

Eu digo o que eu pratico. O que eu procuro fazer: Estudar sempre. Estar sempre me atualizando.  Sempre buscando novas fontes de conhecimento. Por exemplo, essa questão sensorial, que mencionei anteriormente, é um tema científico! Tem ciência por trás. Ciência dos Alimentos. E acho que quem quer falar sobre perfis sensoriais de bebidas  tem que ter um pouco de conhecimento técnico, científico, para poder discorrer de uma forma mais apropriada sobre esses assuntos. Meu conselho vai nesse sentido.

Você comentou, eu tenho um estilo mais clássico, mais técnico.  Eu tento seguir essa linha:  tentar produzir conteúdo, falar com as pessoas sobre o que me proponho, de uma forma mais embasada. Esse seria meu primeiro conselho.

Segundo conselho seria ter humildade para reconhecer que nós não sabemos tudo. Ter humildade pra reconhecer que nossos gostos não são absolutos. Que o fato da gente gostar muito de algo, não significa que outros vão gostar.  Colocar um pouco da vaidade de lado e ter mais humildade em relação ao que a gente sabe e o que a gente pode passar para as pessoas.

 Um terceiro conselho é procurar se divertir!  Acho que as pessoas brigam muito por bobagem. No mundo do whisky e fora dele. E minha visão é mais no sentido da gente se divertir. Tentar encarar as coisas, na medida do possível, de uma forma mais leve. 

Eu comecei nesse mundo das bebidas por hobby, depois teve essa vertente empresarial, que foi acontecendo com o tempo, mas eu sempre procuro manter esse lado de diversão, que eu gosto no mundo do whisky. Acho que é isso que a gente tem que tentar preservar. Isso que é o fundamental.

São esses conselhos que eu também tento praticar na minha vida. Tento praticar na minha relação com o universo do whisky.

Anos de estudos, visitas à inúmeras destilarias, degustações, empreendedorismo, visão de mercado.  Tudo isso lhe qualifica como um verdadeiro especialista.

 Por sua reputação, conhecimento e qualificação, em pequenos círculos sociais lhe é atribuída a fama de “whisky connoisseur”.  Um título inequívoco, ora pois!

Agradecemos muito sua participação em nosso Blog.  Seu conhecimento sobre whisky agrega conteúdo para nossos leitores. Sua missão, também é nossa missão:  divulgar, cada vez mais, a cultura do whisky no Brasil.

Obrigado e saúde, amigo!

5 comentários

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    • Ana Ferraz em 27 de junho de 2021 às 20:00
    • Responder

    Matéria interessante!
    Parabéns para o Alexandre, pela iniciativa!
    Sucesso!

    • Marcelo Pozzo em 5 de agosto de 2021 às 08:06
    • Responder

    Parabéns pela entrevista. Conteúdo nobre!

    1. Obrigado, amigo!

    • Verivaldo em 22 de setembro de 2022 às 16:26
    • Responder

    Boa tarde
    Gostaria de ter uma
    Orientação sua
    Tenho uma garrafa de uísque com mais de 70 anos
    E poderia faEr
    Avaliação e ser vendida

    1. Oi, Verivaldo.
      É complicado!
      Tendo em vista que o whisky não melhora com o tempo e dependendo do armazenamento a oxidação pode ter seguido seu fluxo normal, esse seu whisky possivelmente deve estar estragado.
      Deve-se contudo, levar presencialmente até um especialista para ver o nível do líquido na garrafa.
      Se for um whisky “de entrada” ele pode ter algum valor um pouco acima do que vale o whisky em questão hoje.
      Se o whisky não é mais produzido, aí sim vale mais um pouco. Se o whisky é de alguma edição especial… Tipo de garrafa…
      Mas de qualquer forma, deve ser verificado caso a caso.
      Sua localização também é importante para eu dizer a quem você pode procurar. OK?

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