96. Ballantine’s Finest!!!

40% de teor alcoólico.  Possui corante e passa pelo processo de filtragem gelada.

Um dos whiskies mais vendidos no mundo!

Falamos da Ballantine’s neste (post), hoje falaremos do seu whisky mais longevo e também o mais vendido:  Ballantine’s Finest.

Um Blended Scotch Whisky de entrada da Ballantine’s, sem idade definida (Nas).

Sim, ele não tem idade definida.  Ele não é oito anos.  Por Lei, nos whiskies escoceses, a idade do whisky mais jovem utilizado na fórmula deve constar no rótulo.  Se não consta qualquer idade, subtende-se que o destilado mais jovem da mistura possui três anos e um dia de envelhecimento em carvalho.

 O mínimo de maturação para se engarrafar um whisky escocês.

 Por isso o termo “Nas” (abreviatura de no age statement), ou seja, nenhuma idade declarada.

Lançado em 1910 (!!!), é o whisky mais antigo da marca ainda em circulação.

Seu malte principal na composição do blend é aquele que advém dos destiladores da Glenburgie.  Destilaria esta, lar da marca Ballantine’s.

Digno de nota, outros dois maltes compõem o trio que é base para todos os blendeds da Ballantine’s: Miltonduff e Glentauchers.  Além é claro, do Glenburgie.

A gigante do mundo das bebidas, Pernod Ricard é a dona da marca “Ballantine’s e dessas três destilarias de whisky de malte (single malt), citadas acima.

A mesma Pernod Ricard  também é dona da Sthathclyde, uma destilaria de whiskies de grãos (que também usa seus whiskies nas misturas da Chivas Regal).

Essas quatro destilarias são o caráter da marca Ballantine’s.

Mas a propaganda diz que Ballantine’s Finest é composto por mais de quarenta whiskies diferentes!!!

Pois bem, A Pernod Ricard é dona de algumas outras destilarias, mas não chega à metade do número de whiskies supostamente contidos na fórmula de seu blend de entrada .

Aqui ocorre uma prática comum do mundo do Blended whisky:  a troca de whiskies entre marcas e/ou conglomerados de bebidas.

O objetivo:  buscar sempre o caráter idealizado para determinado blend.

Cabe ao “Master blended” da marca usar seu talento e, diante da perda ou adição de whiskies à sua disposição, substituir o whisky por outro (ou adicionar), com características similares, tentando manter sempre o mesmo padrão. 

Essa prática é comum em blendeds. 

O Ballantine’s Finest não foge à regra e, teoricamente possui cerca de 30 a 40 porcento de whisky de malte em sua composição.  O restante são whiskies de outros grãos e/ou cevada não maltada.

Degustando nosso Ballantine’s Finest, verificamos que o aroma possui um adocicado do malte e cereais, com sutil herbáceo e floral.  A presença de álcool, é notada.

Na taça, lágrimas estreitas escorrem rapidamente.  É ralo.

Em boca, o doce (mais para açúcar do que pra mel), se destaca. Junte-se a isso, uma baunilha discreta e adstringência na língua.  Nota-se pouco malte.

Retrogosto de média duração.  Adstringente e apimentado.  Um amargor permanece na língua.

Sinceramente, não o recomendo para ser degustado puro.

Há de se destacar também que não há influência alguma de barris ex Jerez.  Seu envelhecimento, provavelmente, se dá em barris refis ex Bourbon.

Sua garrafa em formato achatado, icônico, foi muito útil durante a Lei seca americana, pois facilmente era escondida dentro das maletas dos contrabandistas.

O Ballantine’s Finest ainda serve de base para “experiências” do master blended. 

Uma delas é uma infusão cítrica ao whisky, tornando-o uma bebida mista, não mais um whisky.  Uma bebida refrescante que homenageia o nosso Brasil, um dos maiores consumidores de Ballantine’s!

Outra experiência, melhor sucedida, em que o resultado continuou sendo whisky é o “Ballantine’s Hard Fired”, no qual o destilado é retirado de seus barris originais e depositados em barris com tosta forte, originando novos sabores após breve envelhecimento.

Muitas outras versões com latas e embalagens diferentes foram lançadas, fazendo o “Finest” conhecido ao redor do planeta (tem até uma versão com equalizadores musicais que brilham no escuro!).

Um whisky simples, com uma campanha massiva de marketing e possivelmente fácil de se achar em todos os cantos da Terra.

Somos fãs da marca.  Degustamos seguindo o padrão de degustação, mas sabemos que é um whisky feito para se beber com gelo ou misturado a outras bebidas.  É honesto ao que se propõe.  E, com certeza, se sai melhor do que a maioria de seus concorrentes nessa faixa de preço no mercado.

Saúde!!!


2 comentários

  1. Olá Thiago!

    Eu aprecio com regularidade o Teacher’s Highland Cream, e nesta semana resolvi experimentar o nosso Ballantine’s Finest.

    OK, não se trata de whisky de ponta, mas confesso que esperava mais do Ballantine’s. Como você frisou em seu artigo, ele é ralo, suas lágrimas escorrem quase que de imediato, nota-se muito gosto de álcool e sua finalização é muito curta.

    O Teachers’s por sua vez me entrega mais sabores, finaliza mais lento, tem um sabor defumado equilibrado, mas “perde” pro Ballantine’s em termos de prestígio e fama.

    Neste embate de blended scotch whisky NAS, acho que o Teatcher’s entrega mais e custa menos, obviamente sem querer desmerecer o Ballantine’s, pois não se chega aos 112 anos de venda do mesmo produto se não tiver qualidade e aceitação pelo público.

    Quem ganha nestas disputas é o consumidor, pois nenhum produtor ou destilaria quer ficar pra trás!

    1. Muito bem observado e estou de acordo com seu comentário. Saúde, amigo!

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