Dois whiskies com o mesmo nome. Um datado em 15 anos de envelhecimento. O outro sem idade declarada (Nas). Ambos produzidos na Escócia, em Islay, a ilha dos whiskies enfumaçados, na destilaria mais antiga da referida ilha e que possui os depósitos de envelhecimento mais antigos da Escócia (devidamente visitados e degustados). Ambos possuem 43° de teor alcoólico.
A diferença está no tipo de barril usado para envelhecer o “Spirit” (o produto da destilação), e como já dito, no tempo de envelhecimento.
O da direita, o Darkest sem idade, é envelhecido somente em barris ex Jerez, em mais de um tipo desse vinho espanhol. Pela legislação escocesa, podemos garantir que ficou envelhecendo por no mínimo 3 anos. Foi descontinuado no início dos anos dois mil.
O Darkest da esquerda é envelhecido por 12 anos em barril ex Bourbon, depois, o líquido, é transferido pra barris ex Jerez Oloroso e permanece por mais três anos. Surgiu no mercado em 2007.
Degustando os dois, hoje, no mesmo momento, a sensação é de que o “sem idade” é mais equilibrado, arredondado, oleoso. Mais… Velho.
Um frutado doce no aroma, combinado com cheiro de barril velho, iodo e leve fumaça.
Na boca não há percepção de álcool. Consegue ser doce e amargo (chocolate amargo), apimentado e frutado (ameixa passa). A turfa é perceptível, terrosa, medicinal, com leve fumaça. Está em harmonia com o restante dos sabores. Final longo, esfumaçado e amargo.
Já o Darkest de 15 anos é mais doce e mais enfumaçado. Um pouco ralo. Aroma doce e frutado. Quanto mais tempo na taça, mais se sente o frutado. Na boca é bastante apimentado, é mais turfado que o “NAS”, sabores de baunilha, amêndoas e canela.
Sem percepção de álcool. Final quente, longo, enfumaçado e bastante apimentado!
A mistura vinho e Bourbon no envelhecimento de whisky é uma ideia boa e funciona. O 15 anos é bom. Mas esperava uma bebida mais harmônica.
Colocando os dois frente a frente, temos um belo exemplo de que um whisky mais jovem, mas melhor produzido, PODE ser melhor do que um whisky bom e mais envelhecido.
* Bowmore 15 anos Darkest, degustado em 23 de Março de 2019.
Comentários