Whisky blended escocês.
Uma mistura de whiskies de grãos e de maltes, todos envelhecidos por, no mínimo, 30 anos em barris de carvalho.
Engarrafado à 40% de teor alcoólico. Tem corante, passou por filtragem gelada.
Uma palavra definiria com inteligência esse whisky: Tempo.
30 anos em que o líquido ficou envelhecendo, repousando, se transformando. E para quê? Para que aficionados por whisky, como eu e você, possamos desfrutar do que o mágico “tempo” pode, literalmente, “causar” em nossa bebida favorita!
Foi elaborado pela primeira vez na década de 1930 pelo “master blender” George Robertson (o mesmo que criou o Ballantine’s 17 anos).
Após a primeira guerra mundial e posterior Lei seca americana, a Ballantine’s possuía um estoque invejável de whiskies muito envelhecidos!
George Robertson presenteou o mundo do whisky com essa versão de 30 anos (segundo algumas opiniões, uma mistura de 50 single malts e 4 whiskies de grãos).
Em sua composição, se mantém por base os maltes Glenburgie, Miltonduff e Glentauches, além da silenciada destilaria de whiskies de grãos: Dumbarton.
Uma apresentação luxuosa. Caixa de madeira com detalhes em couro. Garrafa marrom. Bonita!
Nossa percepção sobre a bebida em si:
No aroma, nota perfumada de Jerez, terroso e pouco doce. Aroma complexo. Mel, baunilha, nozes, banana, pera madura e um amadeirado muito agradável. Sem qualquer sensação de álcool.
Uma boa oleosidade na taça. Lágrimas estreitas escorrem vagarosamente.
Na boca a oleosidade não é tão marcante. Preenche a boca, mas o fato de ter 40% talvez seja o único “defeito” desse whisky. Poderia ser mais intenso. É frutado. Bem frutado! Fruta madura. Uvas passas, maçã vermelha, banana e frutas secas dividem o primeiro impacto de sabor com um gosto maltado e amadeirado. Surgem notas de baunilha, canela e noz moscada. Camadas de sabor. É bem gostoso e não muito harmonioso! O que não é ruim. Os sabores “brigam” para aparecer. Possui o gosto do tempo do liquido dentro do barril. Uma espécie de “sabor rançoso” (que também pode ser encontrado em alguns tipos de barris que envelheceram Jerez). Pode ser simplificado como notas de couro e tabaco. É natural e previsível. É a prática da relação teórica: tempo x madeira. Em alguns whiskies isso é fácil de se notar. No 21 anos isso é bem discreto, no 30 anos é bem mais intenso!
Retrogosto longo. Frutado, não muito doce, com amargor adstringente, levemente enfumaçado e apimentado. Quente.
A boca seca, você saliva com gosto de whisky.
Blended marcante. Para ocasiões especiais. Whisky rico e complexo. O melhor blended que já degustei!
Fico pensando se tivesse sido engarrafado com teor alcoólico maior… Nossa!
Boa parte da história de Ballantine’s contada em uma garrafa. Imaginem o quanto o mundo pode mudar em 30 anos? E o que um destilado pode mudar dentro de um barril por 30 anos…
Fizemos uma feliz viagem pelo mundo de Ballantine’s!!! De 1827 até os dias de hoje muita coisa mudou. A Marca começou modesta e hoje é gigante! Conhecida no mundo inteiro. Uma verdadeira história de sucesso! A jornada iniciada com o Finest (Nas), passando pelo 12, 17, 21, terminando no 30 anos, não foi uma escolha aleatória. Ballantine’s sempre nos impressionou por seu padrão alto de qualidade.
Nosso Blog chega a marca de 100 reviews e um ano no ar! Somos muito gratos por você nos acompanhar nessa gostosa jornada pelo mundo do whisky!
Em nosso próximo review, abrindo uma nova centena de degustações, teremos um whisky bem raro e exclusivo. Whisky comercializado apenas para quem visitou certa destilaria escocesa…
Esperamos vocês.
Saúde, amigos!!!
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