138. Maker’s Maker!!!

Whisky norte americano.  Um Bourbon.

45% de teor alcoólico.

Notem que apesar da grafia norte americana geralmente ser “whiskey”, preferiram manter a grafia como escrevem os escoceses: “whisky”!  Dada a origem caledônia da família de seu fundador.

Aliás, fundadores, pois junto ao Sr. Bill Samuels, sua esposa, Margie Samuels, também é responsável pelo sucesso da marca.

Embora é sabido que a família “Samuels” já possuísse uma receita de destilado próprio desde 1840 (!!!), e que já tivesse, por acidente, perdido em um incêndio essa receita antiga (!!!), somente em 1953 com a compra de uma pequena destilaria chamada “Burks”, próximo à cidade de Loretto, no estado do Kentucky, EUA, nosso simpático casal deu início à marca. 

À bem da verdade, Margie, deu início à marca!  Pois colecionava objetos de estanho e costumava procurar “the mark of the maker” (a marca do autor). Daí a referência…

Em 1954, Bill começou a fazer testes de “mash bill” e destilação (e também assando pão! É verdade!!!); e já em 1958 estava engarrafando Bourbon.  Inclusive com a icônica cera vermelha na boca da garrafa, invenção de sua esposa invencionista do bem, Margie.

Formavam uma grande dupla!!!

Margie tinha um talento especial para marketing criando o rótulo, a garrafa e como dissemos, a selagem (sim, com “s”), da garrafa.

Dizem que Margie era a responsável pela compra da primeira garrafa de Maker’s Maker pelos consumidores.

Quanto a Bill Samuels, era responsável pela segunda compra!

Sim. Fazendo um whisky bastante consistente, seus consumidores retornavam.

Naqueles testes de 1954, Bill chegou a conclusão que o melhor mosto ou mash bill experimentado foi a fórmula contendo 70% de milho, 16% de trigo vermelho e 14% de cevada maltada.

Sua fórmula até hoje!

 Iniciando a maturação nos barris de carvalho branco americano tostado (lógico, é um Bourbon!), tosta relativamente leve; sendo colocado nos referidos tonéis à 55% de teor alcoólico, por um período médio entre 6 a 7 anos, de acordo com o gosto do master blender.

Esses barris estocados nos armazéns, são frequentemente revolvidos.  Colocando os dos níveis mais abaixo para a parte mais acima e vice e versa.  Padronizando a maturação.

Possui uma cor acobreada bem fechada, com reflexos avermelhados.

Lágrimas estreitas e bem espaçadas escorrem vagarosamente pela taça. O whisky gruda no bojo da taça, permanecendo auréola que escorre, preguiçosa, ocasionalmente.

Boa oleosidade!

No aroma, ele deixa transpassar um pouco uma certa sensação alcoólica.  Notas condimentadas como canela e uma baunilha intensa são bem diretas!

Doce e frutado. Mas um frutado adocicado, como um cítrico maduro (laranja bem madura), além da madeira tostada.

Na boca, o corpo é médio. Boa consistência. Quente. Um amanteigado interessante.  Bom punch! Apimentado de gengibre. É menos doce do que no nariz. Há bastante caramelo e amadeirado.  Sinto cravo e noz moscada, além de uma citricidade madura e elegante (o frutado de laranja madura continua).  Quanto mais você degusta, mais doce e mais suave ele fica. Muitos degustadores encontram frutas vermelhas. eu, sinceramente, não encontrei!

O retrogosto é adstringente, apimentado e frutado.  Curta para média duração.  Incrivelmente refrescante, lembrando também hortelã.

Com a taça esvaziada, amadeirado e baunilha bem presente ainda.

Um whisky complexo e necessita paciência para interpretá-lo.

Mas, sim. Estamos diante de um Bourbon acessível e com bom custo x benefício.

Muito apreciado na coquetelaria pela sua versatilidade.

Não é o melhor Bourbon com trigo em sua fórmula se você está nos Estados Unidos.  Lá, devido à quantidade de oferta, não estaria nem entre os dez melhores em sua categoria!  Mas aqui no Brasil, um mercado ainda pequeno, mas em ascensão, é aquele whisky honesto que merece respeito.

Saúde!!!

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