Whisky norte americano. Um Bourbon.
45% de teor alcoólico.
Notem que apesar da grafia norte americana geralmente ser “whiskey”, preferiram manter a grafia como escrevem os escoceses: “whisky”! Dada a origem caledônia da família de seu fundador.
Aliás, fundadores, pois junto ao Sr. Bill Samuels, sua esposa, Margie Samuels, também é responsável pelo sucesso da marca.
Embora é sabido que a família “Samuels” já possuísse uma receita de destilado próprio desde 1840 (!!!), e que já tivesse, por acidente, perdido em um incêndio essa receita antiga (!!!), somente em 1953 com a compra de uma pequena destilaria chamada “Burks”, próximo à cidade de Loretto, no estado do Kentucky, EUA, nosso simpático casal deu início à marca.
À bem da verdade, Margie, deu início à marca! Pois colecionava objetos de estanho e costumava procurar “the mark of the maker” (a marca do autor). Daí a referência…
Em 1954, Bill começou a fazer testes de “mash bill” e destilação (e também assando pão! É verdade!!!); e já em 1958 estava engarrafando Bourbon. Inclusive com a icônica cera vermelha na boca da garrafa, invenção de sua esposa invencionista do bem, Margie.
Formavam uma grande dupla!!!
Margie tinha um talento especial para marketing criando o rótulo, a garrafa e como dissemos, a selagem (sim, com “s”), da garrafa.
Dizem que Margie era a responsável pela compra da primeira garrafa de Maker’s Maker pelos consumidores.
Quanto a Bill Samuels, era responsável pela segunda compra!
Sim. Fazendo um whisky bastante consistente, seus consumidores retornavam.
Naqueles testes de 1954, Bill chegou a conclusão que o melhor mosto ou mash bill experimentado foi a fórmula contendo 70% de milho, 16% de trigo vermelho e 14% de cevada maltada.
Sua fórmula até hoje!
Iniciando a maturação nos barris de carvalho branco americano tostado (lógico, é um Bourbon!), tosta relativamente leve; sendo colocado nos referidos tonéis à 55% de teor alcoólico, por um período médio entre 6 a 7 anos, de acordo com o gosto do master blender.
Esses barris estocados nos armazéns, são frequentemente revolvidos. Colocando os dos níveis mais abaixo para a parte mais acima e vice e versa. Padronizando a maturação.
Possui uma cor acobreada bem fechada, com reflexos avermelhados.
Lágrimas estreitas e bem espaçadas escorrem vagarosamente pela taça. O whisky gruda no bojo da taça, permanecendo auréola que escorre, preguiçosa, ocasionalmente.
Boa oleosidade!
No aroma, ele deixa transpassar um pouco uma certa sensação alcoólica. Notas condimentadas como canela e uma baunilha intensa são bem diretas!
Doce e frutado. Mas um frutado adocicado, como um cítrico maduro (laranja bem madura), além da madeira tostada.
Na boca, o corpo é médio. Boa consistência. Quente. Um amanteigado interessante. Bom punch! Apimentado de gengibre. É menos doce do que no nariz. Há bastante caramelo e amadeirado. Sinto cravo e noz moscada, além de uma citricidade madura e elegante (o frutado de laranja madura continua). Quanto mais você degusta, mais doce e mais suave ele fica. Muitos degustadores encontram frutas vermelhas. eu, sinceramente, não encontrei!
O retrogosto é adstringente, apimentado e frutado. Curta para média duração. Incrivelmente refrescante, lembrando também hortelã.
Com a taça esvaziada, amadeirado e baunilha bem presente ainda.
Um whisky complexo e necessita paciência para interpretá-lo.
Mas, sim. Estamos diante de um Bourbon acessível e com bom custo x benefício.
Muito apreciado na coquetelaria pela sua versatilidade.
Não é o melhor Bourbon com trigo em sua fórmula se você está nos Estados Unidos. Lá, devido à quantidade de oferta, não estaria nem entre os dez melhores em sua categoria! Mas aqui no Brasil, um mercado ainda pequeno, mas em ascensão, é aquele whisky honesto que merece respeito.
Saúde!!!
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