Whisky escocês single malt, da ilha de Islay.
Possui 48% de teor alcoólico. Não passou por filtragem à frio mas lhe foi adicionado corante caramelo (E existem diferentes tons de corante caramelo!!!).
Entendemos o uso devido a “necessidade” de padronização dos lotes.
E a cor desse Laphroaig é linda!
Um acobreado forte, com reflexos rubis, que de tão fechado, chega a ser um pouco turvo.
Bom, mas assim como não devemos julgar um livro pela capa, não devemos também julgar um whisky pela cor.
Lógico, preferimos saber qual a cor real que o bendito saiu do barril e ficamos um pouco decepcionados em saber que esse rótulo foi, digamos, “mascarado” para parecer um néctar amadeirado enfumaçado.
Passada a polêmica, o Laphroaig PX Cask foi batizado com o nome do barril mais caro e que lhe confere as características mais marcantes nesta fórmula.
“PX” é a abreviatura da uva Pedro Ximenez. Uma uva branca (geralmente colhida tardiamente para que se aumente seu teor de açúcar), muito comum na produção do vinho fortificado espanhol, Jerez.
Vinho este em que lhe é acrescentado água ardente vínica interrompendo seu processo de fermentação, começando daí sua maturação (seja ela biológica, oxidativa ou ambas).
Quando termina seu ciclo produtivo, o Jerez PX é o Jerez com a cor mais escura. Mais doce. Mais concentrado.
Por sua vez, você leitor que nos acompanha, já deve ter percebido que o barril que antes conteve vinho Jerez é muito utilizado e muito valorizado pela indústria do whisky.
Pois bem, o whisky envelhecido nesses barris que antes contiveram esse vinho fortificado feito com a uva Pedro Ximenez é rico, complexo e bem doce! Razão pela qual as destilarias escocesas não o empregam em longas maturações.
O Laphroaig PX Cask foi primeiramente envelhecido em barris de carvalho americano, que antes contiveram Bourbon Maker’S Maker (pertencem ao mesmo dono), por um período entre 5 a 11 anos, dependendo do lote.
Em seguida, todo o destilado é transferido para barris menores, os famosos “Quarter Casks” da Laphroaig! Barris de 125 litros (sim, um quarto de um “Butt” de 500 litros), que também tiveram Maker’S Maker anteriormente, por aproximadamente 8 meses. A Laphroaig não divulga se nessas duas primeiras fases os barris usados são de primeiro uso ou refis.
E finalmente, colocados em barris (os mencionados “Butts” aí em cima), que antes contiveram vinho Jerez PX, de 500 litros, por 1 ano, estes, provavelmente de primeiro uso; terminando assim essa saga complexa para se obter o whisky do review de hoje.
Um whisky que passou por três tipos de barricas diferentes. Em fases. Tripla maturação!
E o que pudemos perceber em nossa degustação?
Na taça, se revelou bastante oleoso. As lágrimas são estreitas, espaçadas e abundantes, permanecendo auréola muito viscosa no bojo, que escorre vagarosamente.
A oleosidade é diferenciada. O whisky fixa na taça. Um pouco nem mesmo escorre.
No aroma, o enfumaçado medicinal iodado, característico da destilaria, está presente. Bem elegante! O vínico, um pouco rançoso e bastante doce, é intenso! Terroso. Sente-se também bastante especiarias (canela e gengibre).
Na boca é encorpado. Doce, com leve acidez. Muito frutado (frutas vermelhas maduras), com caramelo e o enfumaçado compondo um conjunto harmonioso. É muito gostoso!
O retrogosto é longo! Com fumaça, o vínico doce, gengibre e uma discreta nota salina.
Com a taça esvaziada, permanece o vínico enfumaçado, com um toque cítrico.
Complexo em seu fazimento e como produto final em si.
É um whisky muito bem feito. De uma das destilarias mais respeitadas do mundo. Lançado em 2012, vem em garrafa de um litro e se mostra um interessante custo x benefício nos países em que foi oficialmente lançado e em lojas Free Shop. Ou onde você der sorte de se deparar com ele.
Saúde!!!
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