Whisky de malte e brasileiro!!!
Mais um whisky fruto da produtiva parceria entre a destilaria mineira Lamas e o espaço conceito Caledonia, de São Paulo, de propriedade de Guilherme e Mauricio (criadores também do Blog “O cão engarrafado”).
Falamos dos whiskies Caledonia 1 e o 2 nesse link (aqui).
Em nossa visita à loja oficial da Destilaria Lamas (Ambix), no Mercado Central de Belo Horizonte, tivemos o prazer de degustar uma dose do whisky deste review. Foi um primeiro contato muito satisfatório.
Em seguida, na incrível visita à destilaria, fomos presenteados com uma miniatura (que também ilustra nossa análise).
Podemos afirmar, sem medo de errar, que diferentemente do Lamas Caledonia 2, que é uma continuação (é o Caledonia 1, mais envelhecido, com uma pequena diferenciação na fórmula); o Caledonia 3 é ruptura, uma fórmula diferente, mas claro, sem perder a essência.
O “vinho licoroso” em questão é definitivamente vinho do Porto! Mas por questões de não se poder comprovar a procedência, visto que são adquiridos de cooperativas de distribuição de barris, dá-se o nome genérico de “vinho licoroso”, que todo vinho do Porto realmente é!
Os dois Caledonias anteriores, possuíam em suas fórmulas, 75% do whisky “Nimbus”, finalizado em barril de carvalho europeu ex vinho licoroso; com 25% do whisky Lamas “Verus” (que já é, pela sua formulação, finalizado em barris ex vinho licoroso).
A “ruptura” acima mencionada, nada mais é do que a inversão na fórmula e uma pequena mudança na proporção.
No Caledonia 3, temos 80% do whisky “Verus” e, agora, 20% do whisky “Nimbus”. Este, já famoso pela defumação da cevada maltada com fumaça de madeira de Eucalipto (na verdade, serragem de madeira de Eucalipto). Agora não mais o personagem principal, só um tempero, deixando o whisky com notas vínicas e de especiarias mais acentuadas!
Essa rica mistura é então recolocada em barris de carvalho europeu que antes contiveram “vinho licoroso”(sim, toda a mistura), por 18 meses! Que fez o destilado ter um caráter muito intensificado nas sensações vínicas!
Um whisky sem filtragem gelada, sem acréscimo de corante para padronização e como seus antecessores, engarrafado à generosos 50% de teor alcoólico.
Em nossa análise podemos notar uma cor acobreada escura e brilhante.
Lágrimas bem finas escorrem rapidamente pela taça, permanecendo coroa oleosa por todo bojo, que escorre aos poucos e vagarosamente.
Aromas ricos e intensos. Herbais, florais, frutados e amadeirados. Alecrim, frutas tropicais como manga e pêssego e baunilha. Existe ainda um cítrico que lembra laranja madura e o defumado único da Lamas ainda é bem presente no nariz.
Apesar dos 50% ABV a sensação alcoólica é discreta.
Na boca é bastante frutado! Frutas vermelhas como cereja e ameixa. Apimentado e bastante condimentado, com ênfase na canela, chá verde e gengibre. Uma boa dose de baunilha e amadeirado.
Final longo. Gengibre amadeirado e enfumaçado cítrico. Um pouco adstringente. O enfumaçado do Nimbus é marcante no retrogosto!
Com a taça esvaziada, muito perfumada, frutado cítrico, amadeirado e enfumaçado.
Um whisky que se diferencia um pouco de seus dois antecessores sem perder sua identidade.
Estiloso!!!
É complexo! Não é um whisky para iniciantes!
A proporção diferenciada da fórmula não escondeu o DNA Lamas/Caledonia, pelo contrário, elevou o patamar a novas sensações.
(Sim, nós roubamos a foto do Blog “O cão engarrafado”)!!!
Saúde!
2 comentários
Parabéns pelo review, Thiago.
Só uma dúvida: tanto a Lamas quanto o Maurício Porto em seu blog anuncia que as proporções são de 80% de malte normal (Plenus) e 20% defumado (Nimbus), para depois passar 18 meses no barril ex-vinho licoroso.
Legal confirmar pra não conflitar essas informações.
Abraço!
Autor
Oi, Bill. Realmente houve uma confusão.
Post atualizado de acordo com as informações da destilaria. Obrigado, amigo.