Blended whisky escocês com 50% de teor alcoólico.
Possui adição de corante mas não passa por filtragem à frio.
Whisky sem idade declarada (NAS).
Lançado em 2013 para celebrar os oitenta anos da revogação da proibição da venda de álcool nos Estados Unidos, seu nome homenageia o navio, símbolo da marca, que contamos toda história no review anterior (aqui). Além de homenagear também o capitão William Frederick McCoy, que contrabandeava Cutty Sark da Escócia para a América durante o período da “Lei Seca” americana (Daí o Prohibition).
Seu nome virou até sinônimo de qualidade!
Pois quando alguém perguntava a algum vendedor clandestino se aquele whisky era um legítimo escocês, a resposta era: Sim, um autêntico MacCoy! Ou “The Real MacCoy”, como gravado em alto relevo na garrafa.
No review anterior, do tradicional Cutty Sark, revelamos a crise de identidade que passa a marca, inclusive com a mudança de seu malte principal: hoje, Glen Moray.
Essa versão, Prohibition, nitidamente é uma mistura diferente da versão clássica. Há um maior capricho, seja no corte do destilado, seja na qualidade dos barris de envelhecimento.
Sua maturação deu-se em barris ex Bourbon refis e também em barris ex Bourbon que foram “temperados” com Jerez por um determinado período, esvaziados e preenchidos com parte do blended, antes do casamento final dos whiskies de malte e de grãos.
Acrescente-se o fato de ser engarrafado à 50 % ABV, o resultado é um whisky bastante robusto!
Mas “robusto” não quer dizer fácil de beber e ele não foi feito para paladares sensíveis!
Vejamos:
Visualmente é bem oleoso! Lágrimas finas escorrem rápidas por toda taça. O que me impressionou é a quantidade de respingos que permaneceram por todo o bojo da taça.
No aroma, a primeira impressão é uma pancada alcoólica! Esse é um whisky para se deixar descansando quietinho por alguns minutos.
Vencida essa etapa, o frutado e o floral literalmente florescem. Frutas tropicais (manga e abacaxi), baunilha, amadeirado e amêndoas.
Na boca, é encorpado.
Sente-se um doce apimentado frutado intenso!
Dançando por toda sua boca.
O retrogosto é longo! Há certa adstringência, o doce apimentado permanece por um bom tempo e surge uma nota cítrica forte com um toque mentolado refrescante e uma tímida nota salina para arrematar.
Como um bom filme, o final foi a melhor parte.
Com a taça esvaziada, malte, amadeirado e cítrico.
Pode-se dizer que a única relação com o clássico Cutty Sark seja mesmo o nome. É um whisky totalmente diferente.
Não é recomendado para paladares sensíveis mas sim para aqueles que não se importam em queimar um pouquinho a língua na busca de novos sabores e novas experiências.
Saúde!
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