Blended Scotch Whisky com 40% de teor alcoólico.
Passou por filtragem à frio e foi adicionado (pouco), corante. A cor dele é bem clarinha mas acreditamos que por ser um blended de entrada, para sua maturação são usados barris refis bastante usados. Necessário corante para padronização.
Engarrafado pela primeira vez em 1923 (Ual!), pela Berry Brothers & Rudd (uma antiga empresa de comerciantes de bebidas, também conhecida por seus engarrafamentos independentes), criado para o comércio com os americanos, já planejado com essa cor mais clara do que o costume para a época. Além disso, esse whisky recebeu o nome de um famoso navio veleiro escocês, construído em 1869, “Cutty Sark”, o mais veloz de sua época!!!
Por pouco tempo! Pois logo surgiram os navios à vapor. Mais eficientes. Menos charmosos. E ele foi aposentado.
Hoje, o próprio navio é um museu, no bairro de Greenwich, Londres, Inglaterra. Olhem:
“Cutty Sark”, em gaélico (a língua antiga escocesa), significa: camisa curta. Mas a expressão ficou mais identificada como “saia curta”; e ligada a uma bruxa! Devido a um famoso poema do icônico poeta Robert Burns, “Tam o’ Shanter”, em que “uma bruxa vestida com saias curtas (in a cutty sark), que era mais rápida que o vento !!!
Somente em 1955 o navio foi parar no rótulo do whisky, desenhado pelo desenhado pelo artista sueco especializado em pinturas náuticas Carl Georg August Wallin.
Desde sua criação (1923), seu coração foi o malte da destilaria Glenrothes.
Mesmo com a venda da destilaria e da marca “Cutty Sark” para o grupo “Edrington”, em 2010, tudo continuou como antes e na verdade, somou-se a possibilidade de acréscimo de ótimos maltes à mistura, como Macallan e Highland Park!
Mas…
Em 2019, a marca “Cutty Sark” foi vendida para a francesa “La Martiniquaise-Bardinet”, dona da também escocesa, Glen Moray! Com um acordo de uso dos maltes do grupo Edrington durante o “período de transição”, como os maltes da Macallan e Highland Park, além da sempre presente: Glenrothes.
A duração desse período obscuro não foi divulgado.
Não se sabe o quanto a fórmula do Cutty Sark vendido hoje está mudada.
É um blended. Tem whiskies de malte. Tem whiskies de grãos. Pode conter até 40 whiskies diferentes! Conforme anunciado pela empresa.
Também é comum um grupo comprar e usar barris de whiskies de outro grupo de destilarias. Mas a proporção é o diferencial.
Uma coisa é certa! O acréscimo dos maltes da destilaria Glen Moray, assumindo o protagonismo!!!
É a destilaria do grupo proprietário da marca.
Nosso “Cutty Sark” dessa prova foi maturado por, no mínimo, três anos e um dia, de acordo a lei escocesa, predominantemente, em barris de carvalho americano ex Bourbon. Seja de primeiro uso ou reuso(a empresa não divulga).
Bem como a proporção, se há ou não, barris ex Jerez. O que não foi perceptível em nossa prova.
Visualmente é realmente um whisky bem claro e límpido.
O corpo é bem ralo. Dissolvido em água ao máximo permitido pela lei: 40% ABV.
Na taça, visualmente, possui boa oleosidade. Lágrimas estreitas escorrem ligeiras, permanecendo coroa de respingos no bojo do copo, escorrendo, o líquido, vagarosamente.
No aroma, o álcool é perceptível. Juntamente com leve odor sulforoso. Por trás dos defeitos: malte, leve baunilha, herbal e coco. Tudo muito discreto.
Na boca, num primeiro momento, uma certa ardência, seguida do apimentado e do doce do malte, com baunilha e levíssimo cítrico, lembrando laranja lima.
No retrogosto, um apimentado metalizado cítrico, deixando sua boca adstringente por um bom tempo.
Whisky jovem que não foi envelhecido em bons barris.
Com a taça esvaziada, permanece o herbal, com resquícios do malte e da citricidade.
É um whisky que eu não aconselho a degustação puro. Tem que ter coragem! Se quiser fazer um drink ou beber com gelo de água de coco é uma boa pedida. Fica a seu critério, amigo leitor!
Saúde!
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