113. Ouropretana – Amburana Brown Porter!!!

Whisky brasileiro, um single malt, com 43% de teor alcoólico.  Sem idade declarada.

Nasceu da iniciativa da cervejaria Ouropretana, localizada em  Ouro Preto/MG (cidade que temos muito carinho e já visitamos algumas vezes).   Eles envelheceram sua cerveja estilo Brown Porter em barril de Amburana (uma madeira brasileira).  Pegaram esse barril, depois de envasar as cervejas e encheram com whisky, deixando por seis meses, quando determinaram o ponto ideal para engarrafar.

O whisky utilizado foi o “Plenus”, single malt de entrada da Destilaria Lamas.  Um whisky maturado em barris variados quanto ao uso, todos ex Bourbon.

O ato de uma empresa comprar whisky de uma destilaria e envasar de acordo com sua preferência é prática comum e extremamente regrada na Escócia.  São os famosos “engarrafadores independentes”.   Aqui no Brasil estamos começando a ver rótulos surgindo nesse modelo e a tendência é aumentar.

A Ouropretana, consagrada cervejaria mineira, já tinha o costume de maturar cerveja em barris.  Isso agrega características sensoriais a muitos estilos de cerveja.

A cerveja que utilizaram antes nesse barril amburana foi uma breja no estilo “Brown Porter”, um estilo de cerveja que surgiu na Inglaterra lá atrás, por volta de 1700, e foi muito difundida entre os estivadores dos Portos ingleses.

Essa é a variação que mais se assemelha à cerveja Porter original. Possui o corpo um pouco mais leve do que as outras variações e sua coloração pode variar de marrom a marrom-escuro. Com notas de caramelo e café (sabor marcante do malte torrado), a Brown é leve no paladar, sem perder a intensidade característica da família “Porter”.

Segundo a cervejaria, o whisky Ouropretana não passa por filtragem gelada e não lhe foi adicionado corante.

Nesse primeiro lote, foram envasadas 160 garrafas.

Possui uma cor dourado fechado.  Lembra mel.

Lágrimas estreitas escorrem de forma rápida pela taça.

Aroma doce e amadeirado.  Um pouquinho de álcool é sentido.  Possui uma nota herbal que me lembra chá amargo e uma nota de torrefação adocicada que vai aparecendo à medida que o álcool se dissipa.

 Na boca, o corpo é médio.

Sente-se caramelo, baunilha, amadeirado e uma surpreendente canela.

Surge uma nota de café, um pouco ácida e um tímido chocolate ao leite.  A canela se mantém. Álcool de leve.

Final pouco doce, apimentado e adstringente.  O herbal ressurge.

Com a taça esvaziada, herbal amadeirado.

Para um whisky “nas”, possui uma complexidade interessante.  Os meses em barril de amburana que antes conteve cerveja, agregou uma complexidade interessante e abriu um novo horizonte para o whisky brasileiro, que pode ser seguido (e já está sendo), por outras cervejarias.

Uma dica muita legal foi dada pelo Leonardo T. Costa, da cervejaria Ouropretana:  colocar uma dose de whisky (10% do volume), na cerveja “Brown Porter” e degustar.  Nós fizemos e ficou muito legal!

Saúde!!!     

2 comentários

    • Denis em 16 de junho de 2023 às 15:56
    • Responder

    Bela análise, divulgando uma iniciativa mineira de se tirar o chapéu! Saúde!

    1. Sim. Eles estão de parabéns!!
      Obrigado e saúde!

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.