112. Ballantine’s Bourbon Finish!!!

Blended Whisky Escocês com 40% de teor alcoólico.

Possui corante.  Passou por filtragem à frio.

Lançado em 2020, é basicamente a versão “Ballantine’s Finest” (igual mais diferente), com o acréscimo de uma finalização em barris que antes contiveram Bourbon.  Barris de primeiro uso para whisky escocês.

“Finalização”.  Processo bastante comum nos whiskies single malts, consiste em transferir o whisky que está maturando para outros barris, por um tempo de maturação menor, a fim que lhe seja agregado novos aromas e sabores ou intensificar determinadas características que já estavam presentes.

Essa finalização pode ser por alguns meses ou por alguns anos, que nesse caso soma-se ao tempo total de maturação do whisky.

Um fato curioso é que esse whisky em alguns mercados possui declaração de idade, mas aqui no Brasil, o mesmo não estampa no rótulo seus 7 anos de maturação.

Nosso amigo Gustavo Corrêa, do Blog e canal de Youtube Whisky Capital chama a atenção sobre esse fato e explica:

“A pergunta que fica:  qual o motivo de se esconder a idade deste rótulo?   Arriscaria que devido a imaturidade do mercado de whisky no Brasil, onde parte significativa dos consumidores acredita que um Ballantine’s Finest, por exemplo, tem oito anos de maturação.”

Concordamos.  Realmente e infelizmente, é muito fácil ver em nosso mercado ofertas de whiskies “Nas”(sem idade declarada), propagandeados como whiskies de 8 anos.

Acreditamos que com o tempo, com maior oferta de whiskies, com mais informação de qualidade, vindas de fontes confiáveis, o consumidor de whisky brasileiro possa atingir um nível maior de sensatez.  Possa maturar como um bom whisky.

Nosso whisky de hoje foi envelhecido, portanto, por 7 anos em barris de Carvalho.  Por ser um whisky de entrada, possivelmente foram usados os mais variados barris para sua maturação e possivelmente a gigantesca maioria refil (segundo e terceiro uso), e ex bourbon. 

Após essa maturação, o liquido é “casado” e posto novamente em barris, dessa vez barris ex Bourbon de primeiro uso, e deixado descansar por alguns meses até chegar “ao ponto” desejado para adicionar água (cortar), e engarrafar.

Degustando nosso whisky, percebemos que  lágrimas finas escorregam rapidamente pela taça.

No aroma, libera-se um pouco da sensação alcoólica.  De imediato surge uma baunilha intensa.  Amadeirado e um floral levemente cítrico e fresco (como flor de laranjeira).

Na boca é ralo. O álcool não chega a incomodar. Doce, de mel, apimentado de gengibre e leve amargor.

No retrogosto, de média duração, o apimentado fica mais forte e a boca fica adstringente (sensação de secura na boca). O amargor continua leve, mas persistente.

Com a taça esvaziada, aromas de baunilha e cítrico (bem gostosos esses últimos aromas!).

A finalização extra deu uma suavizada no “Longevo e chucro  Ballantine’s Finest”.  Mas ainda continua um whisky jovem.  Áspero para a maioria dos paladares. 

Bom, tudo que melhora é positivo.  Possui um ótimo custo x benefício.  Gostamos do resultado e fazemos votos que cada vez mais, boas técnicas continuem sendo usadas também nos whiskies de entrada.

Saúde!

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