Blended Whisky Escocês com 40% de teor alcoólico.
Possui corante. Passou por filtragem à frio.
Lançado em 2020, é basicamente a versão “Ballantine’s Finest” (igual mais diferente), com o acréscimo de uma finalização em barris que antes contiveram Bourbon. Barris de primeiro uso para whisky escocês.
“Finalização”. Processo bastante comum nos whiskies single malts, consiste em transferir o whisky que está maturando para outros barris, por um tempo de maturação menor, a fim que lhe seja agregado novos aromas e sabores ou intensificar determinadas características que já estavam presentes.
Essa finalização pode ser por alguns meses ou por alguns anos, que nesse caso soma-se ao tempo total de maturação do whisky.
Um fato curioso é que esse whisky em alguns mercados possui declaração de idade, mas aqui no Brasil, o mesmo não estampa no rótulo seus 7 anos de maturação.
Nosso amigo Gustavo Corrêa, do Blog e canal de Youtube Whisky Capital chama a atenção sobre esse fato e explica:
“A pergunta que fica: qual o motivo de se esconder a idade deste rótulo? Arriscaria que devido a imaturidade do mercado de whisky no Brasil, onde parte significativa dos consumidores acredita que um Ballantine’s Finest, por exemplo, tem oito anos de maturação.”
Concordamos. Realmente e infelizmente, é muito fácil ver em nosso mercado ofertas de whiskies “Nas”(sem idade declarada), propagandeados como whiskies de 8 anos.
Acreditamos que com o tempo, com maior oferta de whiskies, com mais informação de qualidade, vindas de fontes confiáveis, o consumidor de whisky brasileiro possa atingir um nível maior de sensatez. Possa maturar como um bom whisky.
Nosso whisky de hoje foi envelhecido, portanto, por 7 anos em barris de Carvalho. Por ser um whisky de entrada, possivelmente foram usados os mais variados barris para sua maturação e possivelmente a gigantesca maioria refil (segundo e terceiro uso), e ex bourbon.
Após essa maturação, o liquido é “casado” e posto novamente em barris, dessa vez barris ex Bourbon de primeiro uso, e deixado descansar por alguns meses até chegar “ao ponto” desejado para adicionar água (cortar), e engarrafar.
Degustando nosso whisky, percebemos que lágrimas finas escorregam rapidamente pela taça.
No aroma, libera-se um pouco da sensação alcoólica. De imediato surge uma baunilha intensa. Amadeirado e um floral levemente cítrico e fresco (como flor de laranjeira).
Na boca é ralo. O álcool não chega a incomodar. Doce, de mel, apimentado de gengibre e leve amargor.
No retrogosto, de média duração, o apimentado fica mais forte e a boca fica adstringente (sensação de secura na boca). O amargor continua leve, mas persistente.
Com a taça esvaziada, aromas de baunilha e cítrico (bem gostosos esses últimos aromas!).
A finalização extra deu uma suavizada no “Longevo e chucro Ballantine’s Finest”. Mas ainda continua um whisky jovem. Áspero para a maioria dos paladares.
Bom, tudo que melhora é positivo. Possui um ótimo custo x benefício. Gostamos do resultado e fazemos votos que cada vez mais, boas técnicas continuem sendo usadas também nos whiskies de entrada.
Saúde!
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