-Bourbon – O mais famoso tipo de “American whiskey”.

Bourbon é o destilado produzido nos Estados Unidos, feito com ao menos, 51% de milho, que sai dos destiladores com o máximo de 80% ABV (Alcohol by volume), ou graduação alcoólica, ou teor alcoólico. O destilado então, precisa ser colocado para envelhecer em barris virgens de carvalho crestados (tostados por dentro), com, no máximo, 62,5% de teor alcoólico (pode acrescentar água para baixar), engarrafado com um teor mínimo de 40% ABV.

Os barris queimados por dentro, formam um tipo de caramelo natural que irá passar, cor, sabor e arredondar a bebida.

Os Estados Unidos começaram a ser colonizados no séc. XVI, pelos puritanos ingleses, mas somente no séc. XVIII, o whisky começou a ser destilado pelos imigrantes Irlandeses, Escoceses, Alemães, Holandeses, entre outros. Primeiramente, começaram a destilar o centeio, que se adaptou bem ao solo americano. Estabeleceram-se principalmente nos Estados de Maryland e Pensilvânia.

À medida que os imigrantes avançavam para a parte oeste, descobriram que a cultura de milho era mais produtiva e já era cultivada pelos índios. No final do séc. XVIII, Kentucky possuía vastas plantações de milho e várias destilarias. Seu solo provou-se ideal! Com alto índice de calcário no solo, a água que brota, torna-se rica em cálcio e isso ajudaria as enzimas durante o estágio de fermentação da bebida.

Veio a guerra da independência (1775 – 1783). Os Estados Unidos venceram com grande apoio dos franceses, estes governados pela “casa de Bourbon” (Família que reinou na França de 1589 à 1848).

Como gratidão, o novo governo americano dividiu o condado de Kentucky em outros condados, um desses levou o nome de “Condado de Bourbon”, em homenagem aos franceses.

Pouco tempo depois, Kentucky torna-se um Estado americano e “Bourbon”, um de seus condados. Devido à grande fabricação de whiskey nesse condado, também homenagearam os franceses chamando o destilado de “Bourbon”. O nome “pegou” e o whiskey da América passou a ser conhecido como “Bourbon” no mundo todo, até hoje.

No ano de 1783, Evan Williams começa a destilar comercialmente. Em 1789, Elija Craig, após se inspirar num incêndio em um de seus armazéns de barris (segundo a lenda), teve a ideia de chamuscar os barris por dentro. Definiu assim o Bourbon com gosto e cor do jeito que conhecemos hoje.

O Bourbon espalhou-se por todo os Estados Unidos.

O bourbon não possui tecnicamente nenhum tempo mínimo de envelhecimento. Descansou um pouquinho dentro de um barris crestado, já pode ser chamado de Bourbon. Mas para diferentes tempos de envelhecimento, a bebida é denominada com alguns detalhes a mais: Se possui entre dois e quatro anos de envelhecimento, deve trazer no rótulo o nome “Straight Bourbon” e obrigatoriamente deve constar o tempo de amadurecimento. A partir de quatro anos, não é necessário informar idade no Straight Bourbon Whiskey.

No Straight Bourbon não se pode adicionar corante, nem sabor.

E o Tennessee whiskey?

O whiskey do Tennessee deve ser produzido nesse Estado Americano, mas também deve passar por um processo de filtragem com carvão de madeira de Bordo (um tipo de árvore, que inclusive sua folha está na bandeira do Canadá), antes do envelhecimento nos barris queimados.  Este é o passo que torna o Tennessee Whisky tão suave de acordo com seus fãs.

Podemos definir então que, todo Tennessee whiskey é um Bourbon/ Straight Bourbon (Possui o mesmo método de produção com o acréscimo da filtragem em carvão de Bordo), mas nem todo Bourbon é um Tennessee whiskey (a filtragem em carvão somente é feita nas destilarias do Tennessee).

Ainda existem difentes tipos de whiskey americano, mudando os grãos da mistura ou a porcentagem na receita, diferentes do Bourbon: single malt, whiskey de centeio, milho, trigo, etc.

Mas nenhum desses outros é tão emblemático e representa tanto o espírito americano quanto o famoso Bourbon.

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