– O whisky na história.

O whisky surgiu quando alguém teve a ideia de aquecer uma bebida feita de grãos fermentados e colher o produto da condensação, após evaporação do álcool por calor. A destilação desenvolveu-se em inúmeras culturas, em diferentes épocas, e passou a significar coisas diferentes para diferentes povos.

Ninguém tem a mínima ideia de quando isso aconteceu!

O processo de destilação é creditado por muitos ao alquimista persa, Jabir ibn Hayyan (também conhecido pela versão latinizada do seu nome, “Geber”, 721–815 d.C.), que também era médico, astrônomo, farmacêutico, biólogo, químico, matemático, geólogo, etc e tal, e também gostava de destilar vinho para degustar e dar uma relaxada! Isso no séc. VIII.

Alguns escritos árabes antigos (sec. IX), citam um destilado do vinho chamado Ma’al-hayat, que significa “água da vida”.

Reza a lenda que de alguma forma, esse conhecimento árabe de destilar, foi apresentado a monges irlandeses (viva a globalização!).

“Água da vida” , traduzida para gaélico, lingua antiga falada na Irlanda e na Escócia, significa “Uisge Beatha”. Por uma corruptela do tempo e costumes, temos hoje “whisky”!!

Entre os séculos XII e XV, esses monges estabeleceram a destilação na Irlanda e espalharam pela Europa o processo de destilação. Tinham o destilado como remédio para muitos males.

O whisky chegou na Escócia, trazido pelos, o que podemos chamar hoje de farmacêuticos, vindos da Irlanda para cuidar da família do Lorde de Islay, cuja esposa era irlandesa. Aqueles farmacêuticos trouxeram consigo destiladores para produzir um remédio para muitos males: Whisky!

Chegaram à Escócia pela ilha de Islay e se instalaram próximo de onde é hoje o cemitério militar (Kilchoman Military Cemetery).

Acredita-se que entre o muro do cemitério militar e os arredores do Loch Gorm, nasceu o whisky escocês.

Os primeiros documentos oficiais sobre a destilação na Escócia encontrados remontam ao século XV, (1º de junho de 1494), no Royal Exchequer Rolls (Rolos do Tesouro Público) volume X, na página 487 do, onde se lê “Ao frei John Cor, por ordem do rei, para fazer aqua vitae VIII balas de malte” .  O documento era uma encomenda de cevada maltada para a produção de “água da vida” para o rei James IV. Os “rolos do Tesouro” eram registros de todas as receitas e despesas reais.  Nesta entrada em particular, documenta que o frade recebeu oito cápsulas de malte para fazer “aqua vitae” ao longo dos meses de 1494. O que isso mostra é que, apesar de ser a primeira referência escrita, a destilação já estava em andamento no século XV.  A encomenda com essa medida da época, equivale a mais ou menos mil e quinhentas garrafas.

Já a partir do séc. XVIII, imigrantes irlandeses e escoceses levaram a arte do whisky para a América. Estados Unidos e Canadá. Na Escócia se destilava a cevada pois sobrava da colheita. Na América o que sobrava era centeio e milho.

Deram o nome de “Bourbon” à bebida. Homenagem à casa real francesa que ajudou os colonos rebeldes da América a conquistar sua independência. Quando a guerra acabou a gratidão foi expressa em homenagens à cidades, condados, locais públicos e também à bebida típica do Kentucky.

No começo do séc. XX o whisky chega ao Japão, pelas mãos do químico japonês conhecido como Masataka Taketsuru, que aprendeu o processo de destilação com os escoceses nas destilarias Longmorn e Hazelburn. Voltando ao Japão, ajudou a fundar a primeira destilaria de whisky do país: a Yamazaky.

E no Brasil???

Bom, no Brasil, desde a década de 1970, a Union, no Rio Grande do Sul, vem produzindo whisky, com foco em venda à granel para o mercado internacional, mas com relevantes engarrafamentos no mercado nacional.

Destacamos também que desde 2019, em Belo Horizonte, a Lamas Destilaria, vem fabricando whiskies com processo de defumação próprio e vários experimentos com madeiras brasileiras.

Duas destilarias que dão orgulho aos entusiastas brasileiros! Estarão sempre presentes em nosso Blog, seja contando suas histórias, seja em visitas às destilarias ou degustando seus produtos.

Esperamos novas destilarias nacionais para engrandecer também a história do whisky nacional!

Saúde!!!

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